Penas negras escurecem o ambiente. Uma dança insana gira ao meu redor. Dança, onde sangue e gritos circulam maravilhosamente belos e aterradores. Ao longe duas figuras. Anjos. Os mais belos. As mais belas.
Os olhos de uma delas torna-se de uma rubro que jamais esquecerei. Uma lança. Uma espada. Cada uma delas com seus instrumentos de dor. Parte delas.. Parte de mim. Uma olha-me. Aponta sua lança em minha direção. Conheço-a como nenhum outro já conheceu. Ela não sorriria. Sua feição angelical é terrível! E linda...
De outro lado, dois lindos olhos se colorem de um amarelo alaranjado. Um círculo de fogo brota de sua íris. Olham em minha direção. Aquelas duas a me olhar. A batalha insana logo abaixo de nós. Do alto daquela pedra gigantesca onde me encontro, olho para o fundo daquele vale de proporções dantescas. Sangue, penas e gritos. Meu coração, imortal, acelera. O amor por elas é surreal. Mortais jamais sentiram algo assim. E jamais sentirão. Minhas asas negras abrem-se, tomando proporções tão maravilhosas que uma sombra enorme toma conta do vale. Três pares de asas abertas tomam conta daquele vale maravilhoso. Lugar onde caminhamos há eras, e que agora é o lar da guerra, do amor e do ódio.
Lá de baixo daquele vale um grito é o sinal. A voz do Quarto entre nós pode ser escutada em nossas mentes. Ele clama por nós e nós clamamos por ele. Ele é cruel e perigoso. Mas sua paixão pela causa faria o corpo de um mortal dilacerar-se ao sentir tal sentimento. Atendemos ao chamado do Quarto e descemos com as asas abertas em direção ao vale. Em direção à batalha pela paixão. Pela dor.
As serpentes sibilam ao redor de minha lança, olhando o tempo inteiro em direção à batalha, às penas e ao sangue que parece fazer parte do ambiente. Enquanto meus olhos contemplam as duas, partes de mim, que voam ao meu lado. No entanto, os olhos de fogo de minha amada penetram o mais profundo que um olhar pode em minha essência. Aquele olhar para uma alma humana a extinguiria de imediato. Um amor incondicional estremece meu corpo e minhas asas. Ela sente o mesmo. Sussurro então:
- Seja feita a nossa vontade.
Em minha mente escuto o sussurro vindo de suas bocas.
- Seja feita a nossa vontade...
Os olhos negros de uma de minhas irmãs voltam-se para a batalha, enquanto os olhos de fogo, mesmo fitando agora em outra direção, continua a me acompanhar. Sussurram: amo-te... amo-te... amo-te...
Por eras esse sussurro me acompanha. No fogo ou na água...
terça-feira, dezembro 09, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Meus olhos ardem em fogo... Estou de frente para Astaroth, protegendo Laurana de tudo! Por isso meu lado esquerdo foi atingido...
Não me arrependo de nada!
Seja feita a nossa vontade, assim na Terra como no Céu. A batalha nossa de cada dia nos dai hoje. Lamentai por nossos inimigos, assim como lamentamos por suas tolas decisões. Nos dê a tentação e deixai tomarmos nossas decisões. Amém!
Postar um comentário